17 de março de 2008

Cooperativismo e caatinga na sala de aula

Relato de Maria Inmaculada Rodriguez, gerente da Divisão Educacional da Horizonte, sobre o Projeto Caju e Mel - que formou no ínicio de 2008 mais de 320 educadores da rede publica de Teresina, Picos e Oeiras (PI) utilizando temas como cooperativismo, bioma da caatinga e geração de renda:

Quando desembarquei em Teresina na véspera de iniciar as oficinas Caju e Mel, carregava comigo mais do que os papéis do trabalho, os livros de apoio e as orientações sobre os temas; carregava, principalmente, as minhas expectativas. Como seriam os professores do Piauí? Quais seriam os seus interesses na área? Como eles atuam com seus alunos?

Eram tantas perguntas.... enormes expectativas para um trabalho que se iniciava....

O primeiro dia trouxe com a chuva um número pequeno de professores, cerca de 18 participantes, mas que carregavam consigo um grande interesse em compartilhar experiências, em rever conceitos, em expôr suas incertezas. Foi um dia muito proveitoso.

No dia seguinte, um número maior de professores, falantes, simpáticos e ávidos por novas experiências. Demonstraram domínio dos assuntos tratados, relataram experiências vividas no semi-árido, buscaram o tempo todo por mais informações. No final da atividade, uma agradável surpresa: a união de um grupo de educadores que, reunidos após os trabalhos, elaborou um documento solicitando à Emater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí) que ajudassem a organizar visitas às cooperativas de apicultores e às mini-fábricas dos cajucultores.

Senti um entusiasmo ao vê-los tão envolvidos com a continuidade do que iniciamos na oficina. Para completar a minha experiência, o terceiro grupo superou as expectativas e mostrou que sabia tudo e um mais um pouco. Quando questionados sobre os seus alunos, uma professora reflexivamente comentou que era exatamente isso que estávamos mostrando para eles, levando-os a perceber que estratégias pedagógicas variadas permitiriam que eles atingissem seus alunos com mais eficiência, tornando as aulas mais interessantes para todos. Confesso que sai muito feliz desse trabalho.

É isso, caro educador. As experiências nessa oficina coordenada pela Divisão Educacional da Horizonte Geográfico nos apontam como podemos aproveitar a realidade local para ampliar os conhecimentos de nossos alunos. Todos os conceitos teóricos, tais como extrativismo sustentável, cadeias produtivas, o estudo de biomas, como a caatinga e o cerrado; a relação do homem com a terra, a produtividade, a organização de mercado, entre outros, podem ser abordados a partir da vivência local.

Habilidades de leitura e interpretação de textos informativos, análise de mapas e de gráficos, leitura de imagens, construção de esquemas, são estratégias metodológicas que facilitam a aquisição desse conhecimento. Você também pode aplicá-los à realidade de sua região – basta abrir “os olhos e o coração” para tudo o que seu Estado ou localidade tem de bom para mostrar!

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