28 de março de 2008

Sugestão de aula: a água e o clima

Conhecimento científico também “bebe da fonte” do conhecimento tradicional. É por isso que meterologistas ficam atentos sobre o que dizem os chamados Profetas da Chuva, homens sábios do interior do Nordeste (como o da foto ao lado, o sertanejo José Erasmo Barreira) que observam a natureza para prever o tempo. A revista Horizonte Geográfico 115 traz uma bela reportagem de Flávio Bonanome sobre o tema, e é ponto de partida para um plano de aula de geografia. Acompanhe:

Atenção! Essa seqüência de aulas pode ser ponto-de-partida para uma aula sobre o tema aquecimento global. Se você ainda vai discutir esse assunto com seus alunos, aproveite! E se você utilizou essa seqüência de atividades, conte para nós no e-mail
educação@horizontegeografico.com.br.

A ÁGUA E O CLIMA

Objetivos: ajudar os alunos a desenvolver melhor sua percepção sobre os fenômenos, naturais ou não, que interferem no clima, e que têm relação direta com os recursos hídricos

Sugestão de ciclo: quinto e sexto anos do ensino fundamental.

Materiais: reportagem Profetas da Chuva,

Tempo de duração: 2 a 3 aulas

- Retome com os alunos os conceitos de clima e de temperatura , preparando uma aula expositiva sobre o tema.

- Distribua cópias da reportagem e faça uma leitura compartilhada de trechos do texto, levantando as palavras desconhecidas e ajudando-os a entender seus significados.

- Abra o debate para que os alunos reflitam sobre a reportagem: como os personagens que aparecem nas fotografias conseguem descobrir se vai chover ou não em suas regiões? O que eles observam para fazer essas “previsões”?

- Solicite aos alunos que, durante uma semana, observem e anotem fenômenos ligados ao clima e à temperatura onde vivem, diariamente, anotando também o horário das observações. De preferência, essas observações devem ser feitas em dois horários e locais diferentes:

1) Descrição breve do lugar observado: um bairro bem arborizado? Ou bem urbanizado? Próximo a algum rio ou córrego?
2) Como está o céu? Chovendo? Com nuvens? Qual a forma das nuvens? Ou o céu está ensolarado?
3) Como está a temperatura? Quente? Fria?
4) Como está o vento? Calmo? Parado? Forte?

- Durante esse período, você ou seus alunos devem recortar as previsões do tempo diariamente, a partir dos jornais ou de sites de meterologia, como o Climatempo
.

- Após uma semana, tire cópias das previsões do tempo e coloque visível na lousa. Peça aos alunos que comparem as suas anotações com as previsões. Foram parecidas? Ou muito diferente do que eles anotaram? Vocês podem discutir sobre as influências do clima, que podem ser diferentes de uma região para a outra, e variar conforme o relevo, a distribuição de oceanos, rios e continentes, fatores como a cobertura vegetal e o desenvolvimento urbano.

- Baseados em suas anotações e observações do clima e da temperatura nesse dia de debate, na escola, solicite aos alunos que simulem a sua própria previsão do tempo para o dia seguinte e justifiquem a partir de suas observações. Selecione alguns alunos para que leiam o resultado para a classe.

24 de março de 2008

Água na sala de aula

Tema recorrente na sala de aula, água rende boas discussões e atividades junto a seus alunos. Para se inspirar, veja o especial que a revista Horizonte Geográfico produziu, reunindo links de cinco reportagens que mostram os diversos aspectos do tema água. Algumas sugestões aqui da educação, para você trabalhar cada reportagem:

Água de Mais, Água de Menos
Uma reflexão sobre onde sobra e onde falta o recurso e a questão do potencial energético. Interessante para as aulas de geografia.

Retomando a Vida
Bela viagem na região do rio Tocantins, no Pará, 20 anos após a construção da Hidrelétrica de Tucuruí. Para as aulas de Ciências, vale como ponto de partida para discutir sobre a interferência do homem sobre a natureza, que nem sempre é apenas negativa.

O Rio da Polêmica
Assunto atual: a transposição do rio São Francisco. Como reza o preceito das boas reportagens, mostra a opinião tanto de quem discorda da obra quanto de quem acha a mesma positiva para o Nordeste. Texto interessante para trabalhar a dissertação nas aulas de Língua Portuguesa, no Ensino Médio.

Uma Questão de Cultura
Águas nas aulas de Artes? Por que não? O tema inspira a cultura popular, como acontece com as carrancas do rio São Francisco. Para as aulas de história, uma linha do tempo mostra a história da eletricidade no Brasil - ligada, é claro, à questão da água.

Encontro com as Águas Brasileiras
Viaje com o casal de aventureiros Gérard e Margi Moss, que percorreram o país a bordo de um avião anfíbio para traçar o mapa da qualidade das águas brasileiras - mote para trabalhar a leitura de mapas na aula de geografia.

Você lê todas essas reportagens clicando no link Especial Águas no site Horizonte Geográfico.

17 de março de 2008

Cooperativismo e caatinga na sala de aula

Relato de Maria Inmaculada Rodriguez, gerente da Divisão Educacional da Horizonte, sobre o Projeto Caju e Mel - que formou no ínicio de 2008 mais de 320 educadores da rede publica de Teresina, Picos e Oeiras (PI) utilizando temas como cooperativismo, bioma da caatinga e geração de renda:

Quando desembarquei em Teresina na véspera de iniciar as oficinas Caju e Mel, carregava comigo mais do que os papéis do trabalho, os livros de apoio e as orientações sobre os temas; carregava, principalmente, as minhas expectativas. Como seriam os professores do Piauí? Quais seriam os seus interesses na área? Como eles atuam com seus alunos?

Eram tantas perguntas.... enormes expectativas para um trabalho que se iniciava....

O primeiro dia trouxe com a chuva um número pequeno de professores, cerca de 18 participantes, mas que carregavam consigo um grande interesse em compartilhar experiências, em rever conceitos, em expôr suas incertezas. Foi um dia muito proveitoso.

No dia seguinte, um número maior de professores, falantes, simpáticos e ávidos por novas experiências. Demonstraram domínio dos assuntos tratados, relataram experiências vividas no semi-árido, buscaram o tempo todo por mais informações. No final da atividade, uma agradável surpresa: a união de um grupo de educadores que, reunidos após os trabalhos, elaborou um documento solicitando à Emater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí) que ajudassem a organizar visitas às cooperativas de apicultores e às mini-fábricas dos cajucultores.

Senti um entusiasmo ao vê-los tão envolvidos com a continuidade do que iniciamos na oficina. Para completar a minha experiência, o terceiro grupo superou as expectativas e mostrou que sabia tudo e um mais um pouco. Quando questionados sobre os seus alunos, uma professora reflexivamente comentou que era exatamente isso que estávamos mostrando para eles, levando-os a perceber que estratégias pedagógicas variadas permitiriam que eles atingissem seus alunos com mais eficiência, tornando as aulas mais interessantes para todos. Confesso que sai muito feliz desse trabalho.

É isso, caro educador. As experiências nessa oficina coordenada pela Divisão Educacional da Horizonte Geográfico nos apontam como podemos aproveitar a realidade local para ampliar os conhecimentos de nossos alunos. Todos os conceitos teóricos, tais como extrativismo sustentável, cadeias produtivas, o estudo de biomas, como a caatinga e o cerrado; a relação do homem com a terra, a produtividade, a organização de mercado, entre outros, podem ser abordados a partir da vivência local.

Habilidades de leitura e interpretação de textos informativos, análise de mapas e de gráficos, leitura de imagens, construção de esquemas, são estratégias metodológicas que facilitam a aquisição desse conhecimento. Você também pode aplicá-los à realidade de sua região – basta abrir “os olhos e o coração” para tudo o que seu Estado ou localidade tem de bom para mostrar!